Não, eles não são modelos – embora tenham flertado com a profissão em algum lugar do passado. Figuras constantes e amadas por este site, arquitetos formados pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), os carioquíssimos – do tipo sangue-bom – Carlos Carvalho, 28 anos, e Rodrigo Beze, 29, complementaram seus estudos entre França e Itália. Se conheceram lá no velho continente e nunca mais se largaram.
De volta ao Brasil, após estagiarem com grandes nomes da arquitetura brasuca, em 2013 abriram, em Ipanema, o Studio Ro+Ca, que leva as iniciais e a alma do duo em projetos moderninhos e cheios de brasilidade.

Carlos e Rodrigo em look “gangsta” no ensaio produzido por Aldi Flosi e Daniela Arend para a revista KAZA, no espaço dos arquitetos na Casa Cor 2015
Com apenas dois anos e meio, o escritório já conta com supercartela de clientes residenciais, comerciais e corporativos, publicações em revistas e sites gringos que vão da China a Israel, e prêmios que incluem o de melhor espaço da edição 2015 da Casa Cor Rio – no qual dirigi o ensaio que você vê aqui e agora, com produção de Aldi Flosi e Daniela Arend, publicado na edição de novembro da revista KAZA. Olho nos meninos – e no trabalho deles, é claro!
Um Proust quiz para os meninos do Studio RO+CA
Nome e signo
RO: Rodrigo Beze, touro. CA: Carlos Antonio de Carvalho Souza, 28 anos
Cadeira predileta
RO: Três Pés, do Joaquim Tenreiro. CA: Iáiá, do Gustavo Bittencourt.
Livro de cabeceira
RO: “O Caçador de Pipas.” CA: No momento, nenhum.
Se fosse um super-herói, seria o…
RO: Professor Xavier. CA: Batman.
E quem são os seus super-heróis da vida real?
RO: Pode parecer clichê, mas são meus pais são meu maior exemplo. CA: Meus pais.
O projeto predileto que você desenhou até hoje é…
RO: Meu primeiro apartamento tem um lugar muito especial no meu coração. Não se trata apenas de trabalho, mas de uma conquista especial, uma fase determinante em minha vida. CA: Casa Cor Rio 2015.
O melhor arquiteto do Brasil é…
RO: O que se propõe a fazer o melhor, que não se entrega ao modismo e “tendências” e que de certa forma consegue internacionalizar a arquitetura brasileira. CA: Marcio Kogan.
E o melhor do mundo?
RO: Kengo Kuma. CA: Marcio Kogan.
Se você não fosse arquiteto, seria…
RO: Designer. CA: Produtor ou publicitário.
Sua primeira referência de décor na infância foi…
RO: Aos 7 anos comecei a acompanhar a reforma de um apartamento que meus pais haviam comprado e comecei a “dar uma” de arquiteto. Desenhava plantas baixas, moveis e acompanhava todas as revistas de décor. CA: Minha casa.
Na sua casa não pode faltar…
RO: Velas aromatizadas. CA: Quadros.
E o que não pode faltar na casa do seu cliente?
RO: Design Brasileiro. CA: Quadros também.
Qual o maior pecado estético que identifica no décor contemporâneo?
RO: Falta de alma e aspectos pessoais. CA: Luz RGB.
Seu lado mais chique gosta de…
RO: Bons vinhos e amigos. CA: Arte.
E seu lado cafona gosta de…
RO: Som alto. CA: Música sertaneja.
O que é mais importante: forma, função ou poesia?
RO: Poesia. CA: Os três.
Matéria-prima fetiche
RO: Madeira. CA: Néon.
O que precisa ser varrido para debaixo do tapete?
RO: Não gosto de concentrar energia negativa, prefiro varrer para o lixo mesmo. CA: Gente chata.
Qual móvel brasileiro merece uma reedição?
RO: Qualquer um do Joaquim Tenreiro. CA: O berço de jacarandá desenhado por Sergio Rodrigues em 1960! Assim as crianças já teriam contato com design logo nos primeiros momentos da vida.
Sua cor predileta
RO: Azul. CA: Cinza.
E uma cor que jamais usaria num projeto de móvel
RO: Roxo. CA: Gosto de todas.
Uma coisa bonita
RO: Natureza virgem. CA: Gente feliz.
Uma coisa feia
RO: Falta de cuidado e manutenção com a cidade. CA: O PT (Partido dos Trabalhadores).
Qual o elemento mais bacana para dar uma tapeada no décor sem grandes malabarismos?
RO: Concreto e cimento. Texturas simples, custo baixo e que permitem grandes mudanças. CA: Iluminação.
Quais os traços que mais desaprova em si mesmo?
RO: Detalhista demais. CA: Ansiedade.
E quais os traços que mais desaprova nos outros
RO: Falta de caráter. CA: Intolerância.
Qual a sua maior extravagância?
RO: Morar um ano em Paris. CA: Meu cachorro.
Em que ocasiões você mente?
RO: Quando preciso concordar com algo que não acredito. CA: Tento ao máximo não mentir, mas quando necessário…
Um filme que vale a pena ver de novo.
RO: “A Teoria de Tudo”, de James Marsh. CA: “Incêndios”, de Denis Villeneuve.
A música que mais toca no seu iPod.
RO: Todas as da cantora La Roux. CA: Prefiro não falar (risos)
E uma música para malhar.
RO: Qualquer uma que me faça permanecer na academia, porque eu detesto. CA: Também prefiro não falar (vergonha alheia).
Quem tem estilo
RO: Gianluca Vacchi. CA: Mariano Divaio.
Quem não tem
RO: Quem não quer ter. CA: Fausto Silva.
Seu lema de vida
RO: Ser feliz. CA: Viver.
Qual o lugar mais lindo que já visitou?
RO: Praia de Bodri, na Corsica. CA: Santorini.
Quais as 5 peças de design que você levaria para uma ilha deserta?
RO: Velas Fornasetti; Float da Paola Lenti, mantas Hermès, alguns Fatboys e uma sacola Saint Laurent. CA: Sofá Otto, de Guilherme Torres; poltrona Triangular, de Jorge Zalszupin; luminária Tent, de Jader Almeida; cadeira Iáiá, de Gustavo Bittencourt; Up Armchair, de Gaetano Pesce.
Uma dica para quem quer decorar a casa com muito estilo e pouca grana
RO: Coloque sua alma, sua vida. CA: Sempre gostamos de falar essa frase – “encontre o belo no imperfeito.”
A arquitetura de São Paulo precisa de…
RO: Projetos do Studio RO+CA. CA: Varandas.
Ontem, hoje ou amanhã?
RO: Hoje, sempre. CA: Hoje.

Poltrona de Sergio Rodrigues leva a bossa brasileira para esta cena de ares old glam do projeto do Studio Ro+Ca
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